Conhecer como a Ciência funciona é muito importante, principalmente em épocas de negacionismo e desinformação, em que pseudociências podem se alastrar rapidamente em uma população analfabeta cientificamente. Por isso, vamos explorar aqui o “método científico”, utilizado para responder perguntas sobre como o mundo funciona de uma forma racional e ordenada – como um detetive procurando por respostas numa cena de crime! A cientista Alison Brody e seus colaboradores serão os detetives que nos ajudarão nessa jornada, e a cena do “crime” é uma região na savana africana, no Quênia. Ao andar por lá, notamos algo curioso (o suposto “crime”!): existe …
Autor: Samuel Marques Aguilera Leite
Glossotermes oculatus
Nosso cupim dessa semana é a espécie Glossotermes oculatus, que foi descrita em 1950 a partir de um único soldado encontrado na Guiana. Ela está distribuída pela maior parte da Amazônia e constrói ninhos dentro de troncos podres. Não se sabe exatamente o que comem, mas provavelmente fazem uso da madeira que os abriga e outras próximas, uma vez que eles também podem ser encontrados no solo forrageando. O gênero Glossotermes possui somente mais uma espécie, G. sulcatus, cujas aleluias e operários possuem mandíbulas com dentes apicais grandes, alongados e afiados, dentes marginais menores, e um terceiro dente marginal somente …
Agnathotermes
Família: Termitidae Subfamília: Nasutitermitinae O Wikitermes apresenta o gênero Agnathotermes, nosso cupim dessa semana. Nele há duas espécies até então descritas: Agnathotermes glaber e A. crassinasus. A primeira delas foi descrita em 1926 pelo pesquisador Thomas Snyder, e foi posicionada no gênero Nasutitermes, e no subgênero Agnathotermes. A espécie era chamada Nasutitermes (Agnathotermes) glaber, um trinômio, ao invés do binômio que estamos geralmente acostumados. Hoje não usamos mais o nível taxonômico de subgênero em cupins, mas alguns grupos, como das borboletas, ainda utilizam. Foi apenas em 1982 que o cientista Luis Fontes elevou esse subgênero ao status de gênero. Esses cupins, juntamente …
O multiverso dos cupins!
Como esses insetos evoluíram a eussocialidade? Aqui no Wikitermes nós explicamos porque os cupins são considerados animais eussociais, e falamos o quanto viver em sociedade pode ser vantajoso. Mas ainda nos resta dizer como o comportamento eussocial teria surgido nos cupins, e é para essa jornada que te convidamos neste novo texto. Aqui vamos apresentar cada passo e como cada característica pode ter surgido, até que os cupins pudessem ser considerados eussociais. Bom, já adiantamos que não existe uma explicação única, e diferentes pesquisadores tendem a achar uma ou outra explicação mais plausível. Aqui nós iremos ver três possíveis explicações …
Ibitermes curupira
Família: Termitidae Subfamília: Syntermitinae O cupim dessa semana é a espécie Ibitermes curupira, que recebeu esse nome para homenagear a figura mitológica protetora das matas brasileiras, o Curupira! Apesar do nome, não dá pra dizer que ele se parece muito com o ator Fábio Lago, da série “Cidade Invisível” (e vale a nota que concordamos com as principais críticas à essa série, e que eles deveriam ter indígenas nos principais papéis!). Mas a história do curupira é muito mais antiga do que Cidade Invisível. Numa das mais importantes cartas do Padre José de Anchieta, no ano de 1560, ele se refere ao …
Procornitermes araujoi
Família: Termitidae Subfamília: Syntermitinae O cupim da semana está de volta com uma espécie do Cerrado brasileiro, o Procornitermes araujoi, descritos em 1952 por Alfred Emerson. Os soldados dessa espécie, como todos os Syntermitinae, utilizam tanto defesa mecânica, quanto química, através de substâncias expelidas pelo naso. Suas mandíbulas são bem pontiagudas e possuem a cabeça num tom alaranjado, levemente retangular quando vista de cima, mas com a parte da frente um pouco mais estreita. O ninho desses cupins são arredondados, cujas paredes externas são grossas, mas não tão rígidas, construídas com pedaços de solo e fezes. É comum que microrganismos …
Uncitermes
Família: Termitidae Subfamília: Syntermitinae O cupim dessa semana é o gênero Uncitermes, que inclui atualmente duas espécies, ambas com distribuição conhecida para a região amazônica: Uncitermes almeriae e U. teenavi. O gênero Uncitermes foi descrito em 2012, mas uma de suas espécies já era conhecida pela ciência desde 1925, quando o pesquisador Alfred Emerson à descreveu como pertencente ao gênero Armitermes (A. teevani). Mas como você sabe, a ciência está em constante mudança, por isso, em 2012, Rocha e colaboradores, estudando a morfologia de todas as espécies do então gênero Armitermes, concluíram que U. teenavi compartilhava muito mais características com as …
Indotermes maymensis
Família: Termitidae Subfamília: Apicotermitinae O cupim desta semana não é tão íntimo de nós brasileiros, até porque o bicho vive literalmente do outro lado do mundo, em um país do sudeste asiático chamado Mianmar. Os Indotermes maymensis carregam esse nome como referência à cidade onde foram descritos pela primeira vez: Maymyo, na região central do país. Essa cidade atrai muitos olhares de turistas, principalmente pelo maravilhoso jardim botânico Kandawgyi. Apesar de não ser tão conhecido como outros países da região, como Tailândia e Bangladesh, Mianmar foi por muito tempo um importante centro de intercâmbio cultural e material da Ásia. Algumas …
Rhinotermes marginalis
Família: Rhinotermitidae Esta semana trazemos à vocês um cupim que é quase um Pablo Picasso, mas digamos que suas “pinceladas” são um pouco mais violentas. Apresentamos: Rhinotermes marginalis, uma espécie descrita em 1758, por ninguém mais, ninguém menos que Lineu (não, não é o Lineu da grande família), o sueco que inventou esse jeito científico de nomear as espécies, que chamamos de “nomenclatura binomial”. Já percebeu que todas as espécies possuem duas palavras em seus nomes científicos? Não diferente disso, nosso cupim da semana carrega o nome do gênero ao qual ele pertence (“Rhinotermes”), e a segunda palavra (“marginalis”), é …
Bioindicadores: Precisamos falar de preservação de áreas naturais.
Neste texto, trazemos à vocês uma parceria especial com o projeto Bicho-Folha, da Unesp de Assis. Vamos falar como estudar alguns organismos pode nos dar dicas importantes sobre o quanto uma área está sendo impactada ou degradada. Esses carinhas que podem “nos dizer” essas informações preciosas são chamados de bioindicadores. Mas afinal, quem são esses tais bioindicadores?! São seres vivos ou conjunto de seres vivos que estão intimamente relacionados ao ambiente, e são impactados de alguma forma pelas variações em seus habitats, de modo que nós possamos medir/quantificar esse impacto. E isso é verdade tanto para uma espécie (que pode …