Cupim da semana!
Família: Termitidae
Subfamília: Termitinae

Neocapritermes é um gênero de cupim que possui 17 espécies descritas para toda a América do Sul. As espécies desse gênero se alimentam de madeira morta, já um pouco decomposta ou envelhecida.
Os Neocapritermes não são muito conhecidos, pois a maioria das espécies possui hábitos subterrâneos. Mas algumas espécies podem podem ser encontradas em ninhos de outros gêneros de cupins, e apenas duas espécies Amazônicas constróem ninhos acima do solo.
Um fato interessante sobre esses insetos são suas estratégias de defesa, tanto dos soldados, quanto dos operários.

Os soldados apresentam mandíbulas retorcidas e assimétricas que são utilizadas para dar um verdadeiro “peteleco” no oponente (geralmente predador), conseguindo, assim, jogá-lo para longe (veja no vídeo).
E os operários também não são indefesos. Além de poderem dar pequenas mordidas, os operários da espécie Neocapritermes taracua (encontrada na Amazônia) também possui uma estratégia bastante singular para defender sua colônia contra predadores. Quando vão ficando mais velhos, e sua eficiência para realizar as tarefas gerais diminui, eles começam, então, a produzir e acumular secreções em bolsas (glândulas) que ficam em seus abdomens.

Quando algum oponente/predador ataca esse operário, ocorre a ruptura da parede do corpo, fazendo com que as substâncias de cada uma dessas glândulas entrem em contato, e produza uma substância tóxica, como mostra o esquema acima e o vídeo abaixo. Assim com as abelhas Apis morrem quando ferroam, esse também é mecanismo de defesa suicida.
Operários suicídas de Neocapritermes taracua
Texto por Pamella Oliveira
Publicado originalmente em 09/02/2018
Referência:
Bourguignon, T., Šobotník, J., Brabcová, J., Sillam-Dussès, D., Buček, A., Krasulová, J., … & Vogel, H. (2015). Molecular mechanism of the two-component suicidal weapon of Neocapritermes taracua old workers. Molecular biology and evolution, 33(3), 809-819. https://doi.org/10.1093/molbev/msv273
Gostaria de saber se Neocapritermes são susceptíveis a tratamento com Sentricon.
Oi Fabio. Até onde eu sei, nunca foi testado. Mas imagino que se ele for atraído pela isca, ela irá funcionar sim. O problema é que geralmente no sentricon são utilizadas iscas de madeira mais seca e dura, né? Geralmente Neocapritermes é encontrado em madeiras em um estado de decomposição mais avançado.
Você já encontrou eles nas iscas?
Oi Tiago, tudo bem?! Espero que sim.
Meu nome é Leonardo Santos, sou consultor tecnico ha mais de 15 anos aqui no Rio de janeiro e já mais encontrei essa especie em minhas inspeções, o que me chamou atenção foi a preferenciaia de se alimentam de madeira morta, já um pouco decomposta ou envelhecida. de acrodo com essa observação o risco de ataque em maderamento em caibros, mernas de massaranduba e atpe móveis é menor que um ataque do voraz Coptotermes gestroy. Com base nos comentários acima, justifica uma barreira quimica por Fipronil ou imidacloprido?
Oi Leonardo, tudo bem?
Antes de mais nada, nós não trabalhamos com controle. Então meu comentário é uma opinião com base do que conheço da biologia de Neocapritermes.
Conforme você disse, eles se alimentam principalmente da madeira já em um certo estado de decomposição. Eu acredito que se o Neocapritermes está comendo algum madeiramento, isso quer dizer que já está na hora dele ser trocado de toda forma. Então a bairreira química, que ao meu ver deveria ser utilizada apenas em casos extremos, pois é um produto bastante agressivo e tóxico, não iria ajudar muito. Ela apenas iria evitar do cupim avisar que aquele madeiramente já está comprometido mesmo. Mas como eu disse, essa é um opinião não especialista em controle. 😉