O ninho de um cupim é onde vive sua colônia, é sua casa. E essa característica é uma das mais famosas desses insetos. Seus ninhos, algumas vezes chamados de cupinzeiros, murundus, montículos, termiteiros, ou outros nomes mais regionais, podem ser verdadeiras obras arquitetônicas.
Mas nem todo cupim constrói ninhos grandes e visíveis. Dependendo do gênero e ou da espécie, podemos separar a grosso modo dois tipos de ninhos: o ninho tipo peça única e o ninho tipo separado.
Algumas espécies de cupins vivem dentro de pedaços de madeira, onde a colônia encontra tanto abrigo quanto o próprio alimento, e os indivíduos nunca saem de lá (a não ser os alados, quando forem revoar). Esse ninho, em que a colônia “come sua própria casa” é o que caracteriza o ninho do tipo peça-única. Esse tipo de ninho limita consideravelmente o tamanho e a longevidade da colônia, uma vez que aquela casa logo se esgota quando a colônia cresce muito, ou então dura muito tempo. Alguns cupins que vivem em ninhos dessa natureza são os famosos cupins de madeira seca.
Já os ninhos do tipo separado recebem esse nome pois os indivíduos podem buscar alimento fora dos seus ninhos, ou seja, em lugares separados de onde vivem. Para isso, estes cupins constroem redes de galerias subterrâneas ou superficiais para se locomoverem e procurar alimento em novos lugares.
Essa separação do local de alimentação e casa é bem diversificada, e pode ainda ser separada em três outras categorias: ninhos subterrâneos (hipógeos), completamente abaixo do nível do solo, ninhos epígeos (de montículo) com uma parte do ninho acima da superfície e uma parte abaixo, de tamanho variado, e ninhos arborícolas construídos no tronco de árvores (ou algumas vezes em pedras).
Além dessas classificações, existe também a situação de inquilinismo. Isso ocorre quando algumas espécies de cupins vivem associadas aos cupinzeiros construídos por outras espécies. Esses construtores, são então hospedeiros desses inquilinos. Alguns inquilinos podem até construir seus próprios ninhos, mas às vezes se beneficiam da estrutura já construída por outra espécie. Esses cupins são considerados inquilinos facultativos se bater aquela preguiça de construir. Já outras espécies não são capazes de construir o seu próprio ninho, e são então inquilinas obrigatórias.
Texto por: Anna Beatriz dos Santos Bovo Nunes
Referências:
COSTA, D. A. Inquilinos associados a ninhos de Cornitermes cumulans (Isoptera: Termitidae) em uma área de campo no Parque Nacional das Emas, GO. GO Dissertation, Universidade Federal de Goiás, Brazil, 2005.
DOMINGOS, D. J. O ninho de Armitermes euamignathus (Isoptera, Termitidae) características gerais, crescimento e associações. Cienc. Cult, v. 35, p. 783-789, 1983.
NOIROT, Charles; DARLINGTON, Johanna PEC. Termite nests: architecture, regulation and defence. In: Termites: evolution, sociality, symbioses, ecology. Springer, Dordrecht, 2000. p. 121-139.
Texto informativo com fácil compreensão.
Obrigado Vania! =)
Parabéns pelo conteúdo.
Bem explicativo.