Constrictotermes electroconstrictus

Família: Termitidae

Subfamília: Nasutitermitinae


O cupim desta semana é o Constrictotermes electroconstrictus, uma espécie fóssil descrita pelo termitólogo Kumar Krishna em 1996. Ele pertence a subfamília Nasutitermitinae, famosa por seus nasos compridos. Ele é a única espécie fóssil de Constrictotermes já descrita, e hoje vamos saber mais sobre este cupim eletrizante!

Ao contrário do que o nome sugere, esse cupim não solta raios nem dá choques. O prefixo electro- vem da palavra grega eléktron, que significa âmbar. A palavra “eletricidade” e seus derivados também derivam desta palavra. Por quê? Milênios atrás, Tales de Mileto observou que ao esfregar um bastão de âmbar em pelo de ovelha, o âmbar ganhava propriedade de atração de corpos, ou seja, ficava eletrizado, ganhava eletricidade.

O âmbar de que estamos falando é uma resina fóssil produzida por vegetais (por exemplo pinheiros e jatobás produzem

bastante!). Quando essa resina pegajosa cai no chão, ou escorrega pela árvore, ela pode acabar “coletando” alguns insetos, folhas ou até mesmo répteis e anfíbios, assim aconteceu com o nosso cupim. Quando a resina se solidifica, ela forma uma estrutura dura como uma pedra, a qual pode durar por milhões de anos! Em seu interior, as formas de vida que ficaram presas dentro da resina, como podem então ser estudadas pelos cientistas, que fazem essa viagem ao passado.   O Constrictotermes electroconstrictus é uma espécie que foi encontrada dentro de âmbar na República Dominicana, que data de mais de 23 milhões de anos atrás, no começo do período mioceno.

            Esta espécie foi extinta, e pouca informação sobre como ela vivia pode ser tirada de seus fósseis. Sua classificação foi feita baseada na morfologia, isto é, na forma do soldado, onde podem ser observadas semelhanças com outros cupins do gênero Constrictotermes que ainda possui representantes vivos, como C. cyphergaster, que já foi tema do cupim da semana. Talvez a mais notável dessas características seja a constrição bem marcada na cabeça (tipo uma cintura na cabeça), que é a característica que dá nome ao gênero Constrictotermes.

            Quando pensamos em fósseis, geralmente são dinossauros que vem a cabeça, mas podemos ver que o mundo dos animais pequenos também era vasto e foi preservado no registro e nós podemos estudá-los, e é claro, nosso cupim não poderia ficar de fora. Ele faz parte de um gênero com uma longa história, o que então nos leva a pensar, quantas espécies existiram, foram extintas, mas não tiveram a “sorte” de serem preservadas?

 


Texto por: Gustavo Pires Matheus


Referências:

Krishna, K. (1996). New fossil species of termites of the subfamily Nasutitermitinae from Dominican and Mexican amber (Isoptera, Termitidae).

Mundo educação – A história da eletricidade: https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/a-historia-eletricidade.htm

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *