No @symtermes, arte, ciência e tradição cultural nordestina se encontraram!
Prestigiamos a publicação do Cordel “Agora estamos aqui: Cupins”!
Aproveitamos a oportunidade para conversar um pouco com a autora do cordel e sua filha (a termitóloga @cameliadantas)
Veja no vídeo ao lado nossa entrevista e a recitação do cordel por mãe e filha!
Abaixo, você pode ler o cordel inteiro!
Cordel: Agora estamos aqui: Cupins
Autoria: Cameracilda Dantas
Forma poética: Sextilha
Número de estrofes: 26
Capa: Camélia Dantas e Maria Eduarda Silva
Diagramação: Ruan Cabral (Monocromarte)
Peço a Deus o criadô
Qui mi dê inspiração
Prá eu contá mia histora
Pru’que ninguém tem noção
Quano si fala in cupin
Lá si vem afobação
Invetaro u’a mintira
Di genti qui num tem fé
Qui a genti foi barrado
Lá na arca di Noé
Mais a genti navegô
Incostadin ao chofé
Cuma nóis era piqueno
In todo canto cabia
Noé juntô nóis tudin
Do lado du’a vazia
Mais 10% da turma
Fizeram istripulia
Nóe jogô essis bicho
Lá prás banda du purão
Fôro os cupin caído
Sem nem’ua apelação
Qui fêis distrôço nos movi
Nais casa dus cidadão
Sâo 3 mil cupin no mundo
Di famia singulá
Mai os 10% logo
Cumeçô amiaçá
E dissi agora nóis vamo
Cum força aterrorizá
Vamo ruê a madêra
Da cama du delegado
Istraviá a mudura
Do generá Foranaro
Fazê um distroçozin
Nas parêdi di Genaro
Devorá a grandi istaca
Da casa do capitão
Prá quebrá os chifi deli
Em qualqué ocasião
Sem isquecê di cumê
Tombém o pau do mourão
Fazê uns camin di rato
Nas parêdi di sin’á
Para ela todo dia
Tê in quê si ocupá
U’as rumia di bosta
Pra ela pudê limpá
Cumê os movi da sala
Da casa du coroné
Prá eli ficá com raiva
E fincá o ponta pé
Mandá o gado pastá
Na fazenda di Zezé
Essis 10% são
Velozi e furiôso
Ixisti inté u’as impresa
Prá combatê os tiôso
Elis mancha nosso nomi
Fazeno muito avorôço
Quano si fala in cumpin
Lá si vem afobação
Cruis, credo, Avi Maria
Isso é uns bicho do cão
Num sabi o valô da genti
Na zobra da criação
A genti apruveita tudo
Do reino dos vegetá
Quano elis tão morreno
Vamo logo recicrá
Preparano um solo bom
E do chão tudo brotá
Nóis trabaia feito bicho
Pro praneta miorá
Preparano o chão da Terra
Para a vida fulorá
Nóis somo os zagricutô
Do mundo os mió que há
Ninguém sabi a nossa luta
Para o solo formá
Só pruiquê somo discreto
Lá dento du cumpinzá
“O qui é invisive ao zói
Prá vida é fundamentá”
A nossa sociedadi
Causa admiração
A instrutura é perfeita
Tem socialização
E os chinês copiô
Nossa diministração
Nossa tecnologia
Na arti da construção
Si alin’a a natureza
Cum muita sustentação
Lá dento du cumpizá
Tem muita conexão
As Pirandi do Egito
Cu’a Torri de Babé
Os prédho qui tem na Grécia
Di Roma e di Sapé
Tudo foi nóis qui fizemo
A mandado di Tumé
Quano a genti abandona
Nossa casa, o cumpinzá
Vem lacraia e mucêgo
Arãia e mangangá
Furmiga e pêsevejo
Todos vem si aniá
Entri cobra zilaigato
Sapo, avi, iscorpião
Priquito vêrdi apareci
Prá morá lá na mansão
Bisôro, abêia e rato
Si abriga di montão
Dos 3 mil cupin no mundo
Dois é mermo espiciá
Neocapritermi opacu
Qui di noite foi robá
A luz qui tin’a na lua
Prá elis si alumiá
Labiotermis labralis
Qui num quis ficá atrás
Roubaro a luz d’ua istrela
Qui é bem mai eficáz
Quilarêa o mundo todo
Quano a fisca si atrai
Essi segrêdu di istado
Cu’a nossa sapiênça
Inté mermo os etê
Viero maicá presença
I aqui cascaviaro
A nossa lumiêcença
Mai o dotô Leonardo
Purarti num sei di quem
Procurano iscorpião
Cuma um ser do além
Quano fôco a lanterna
Nóis flurescemo tombém
Mostrô o nosso segrêdo
Prá o nosso imbaixadô
Um cientista afamado
Qui nos dá muito valô
E inté lá para a Nasa
Eli nos zapresentô
Alexandri Vasconcello
O magno imperadô
Êli jogô a côroa
Pois quis mermo sê dotô
Prá istudá os cumpin
Eli si adiantô
Essi é nosso Xandão
Qui na serra frorêceu
A rainha amamentô
Na Borborema cresceu
Na Campina nos achô
E o praneta agradeceu